CEE_Saúde_Famílias vítimas de supostas negligencias |
A
comissão Especial de Estudos que está analisando os procedimentos
utilizadas no atendimento das UBS e UBDS de Ribeirão recebeu em sua
primeira audiência, os parentes de
Gabriela Zafra e Laís Balan, vítimas de supostas negligências do
atendimento da rede municipal.
O
primeiro depoimento foi cedido pelos familiares de Gabriela, onde a
mãe Fabiana Zafra e o irmão Gustavo, relataram todo o trajeto da
menina. Muito emocionados contam que Gabriela, em um único dia,
procurou cinco vezes por socorro na rede municipal, antes de falecer.
“Gabriela
começou a sentir dor de cabeça e mal-estar na tarde de
quarta-feira, e tomou um analgésico para conseguir dormir. No dia
seguinte, minha filha foi trabalhar, mas voltou a passar mal e então
foi levada à Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) Quintino
Facci II, por volta de 9h30. Estava tudo normal, mas minha filha
ficou incomodada com o tempo de espera e decidimos ir embora, após
ter passado apenas pela pré avaliação.Em seguida levei à UPA e lá
os
médicos
disseram que era torcicolo e receitaram relaxante muscular e uma
injeção para dor, Depois voltei mais duas vezes onde deram alta, e
os médicos só pediram exame quando minha filha já estava quase
morta ” relatou Fabiana.
Presidente da Comissão Vereador Dr. Jorge Parada, menbros Léo Oliveira e Bertinho Scandiuzzi e vereador Ricardo Silva |
O
vereador e Presidente da Comissão Jorge Parada está abismado diante
dos recentes e lamentáveis episódios envolvendo a saúde no
município de Ribeirão Preto.Parada, que também é médico,
criticou a falta de preparado no atendimento da rede.
“Estou
inconformado com o modo que os pacientes vem sendo tratados é
inadmissível que ocorram pré consultas por enfermeiros e
auxiliares, é muito descaso”, afirma o vereador.
Os
familiares de Laís Fernanda Balan, de 22 anos, estão revoltados com
a assistência oferecida pela rede pública de saúde, e acreditam
que Lais foi mais uma vítima de omissão de atendimento.
Em
seu Depoimento, o noivo Renato Ribeiro Alves, contou que Lais passou
por duas vezes pela Unidade Básica Distrital de Saúde (UBDS) da Rua
Cuiabá por causa de dores fortes que sentia na panturrilha, mas como
houve muita demora no atendimento resolveu ir até a UBDS Central
onde teria recebido diagnóstico de inflamação em um nervo, assim
foi medicada e obteve alta, porém como sentia dores e teve
convulsões, voltou ao posto, mas já era tarde demais Laís teve
parada cardiorrespiratória e morreu no local.
“Temos
caso de trombose na família e desconfiamos pelos sintomas que
poderia ser esse o motivo da dor, e implorei ao médico responsável
para que fizessem um raio x da perna da minha noiva, mas nada foi
feito”, nos conta Renato.
A
investigação da Comissão continua, e em sua próxima reunião
foram convidados médicos e funcionários envolvidos no atendimento a
Gabriela e Laís para depor. Para o Presidente da Comissão Dr. Jorge
Parada, a reunião servirá para sanar falhas estruturais.
“Não
vamos focar o nosso trabalho apenas nos óbitos que ocorreram nos
últimos dias. Queremos ir muito além, principalmente para apurar as
possíveis falhas, não só humanas, mas estruturais”, afirma
Parada.