sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Importância da Avaliação Pré Participação Esportiva

                     

                       Diariamente pessoas procuram seus médicos para uma avaliação cardiológica e liberação para prática de exercícios. As avaliações acabam em um exame clínico, em geral associado a um eletrocardiograma em repouso. De porte da tal avaliação, o indivíduo de 18 ou 60 anos inicia a prática das atividades, nem sempre tão moderadas como deveriam ser. Poucos meses depois, pode acabar em uma corrida de rua de 5 ou 10 quilômetros – afinal, o exame clínico afirmou aptidão. Só que não tão raro ficamos sabendo de casos de morte súbita em pessoas relativamente jovens durante a prática de atividade física.
                    A avaliação cardiológica deve ser adaptada principalmente ao programa de exercício que se pretende para cada pessoa. Se olharmos um jovem de 25 anos que quer exercícios de desenvolvimento muscular e moderada atividade aeróbica, sua avaliação será totalmente diferente daquela do indivíduo acima de 45 anos pretendente a fazer um programa de corrida de rua. Neste último, até um teste de esforço simples pode ser insuficiente, dependendo de sua história genética. A decisão compete a um cardiologista – se possível, dedicado à área esportiva.
                    A maioria dos problemas cardíacos é de origem congênita, ou seja, normalmente surge antes do nascimento e pode afetar qualquer pessoa. No entanto, o problema é potencializado naquelas que praticam esportes e exigem mais do corpo. A atividade física apresenta um grande potencial preventivo, mas pode agravar doenças pré-existentes, sejam elas diagnosticadas ou não. Há doenças cardiológicas que podem apresentar pouco ou nenhum sintoma e se agravarem com a atividade, podendo levar à morte súbita.
               
Foto: http://www.wallstreetfitness.com.br
A avaliação pré-participação (APP) serve como um “check up”, avaliando se a pessoa examinada está apta a realizar atividade física com segurança. Seus objetivos principais são:
• Detectar precocemente condições ou doenças que ofereçam risco durante a prática de exercícios.
• Fornecer informações que sirvam para determinar o grau de atividade adequado ao nível de condicionamento físico da pessoa.
                 A AHA (American Heart Association) publicou um consenso sobre APP em 2007, recomendando que sejam avaliados 12 itens.



- História clínica pessoal:
1) Dor ou desconforto no peito relacionados ao exercício.
2) Síncopes (“desmaios”) sem explicação.
3) Falta de ar/fadiga exageradas ligadas à atividade física.
4) História anterior de sopro cardíaco.
5) Pressão arterial aumentada.
 - Histórico familiar:
6) Morte repentina, inesperada e precoce (antes dos 50) em familiar.
7) Doença cardíaca incapacitante em parente próximo com menos de 50 anos.
8) História familiar de algumas doenças específicas: cardiomiopatia hipertróifica, Síndrome de Marfan, arritmias.
- Exame físico:
9) Sopros cardíacos.
10) Pulsos femorais (para investigar coarctação de aorta).
11) Sinais da Síndrome de Marfan.
12) Medida da pressão arterial (sentado).


É importante lembrar que esses itens se referem a um “screening”, ou seja, caso seja detectada alguma anormalidade, o indivíduo deve prosseguir a investigação com um especialista.

Fonte: Folha de São Paulo
         Jornal Destaque Regional
        Gazeta do Povo