terça-feira, 4 de janeiro de 2011

UMA PORTA PARA O MUNDO




Há mais de uma década que o aeroporto Leite Lopes exibe claros sinais de que sua estrutura é demasiadamente pequena para a demanda existente. No ano de 2009 o Aeroporto de Ribeirão Preto concentrou 35,18% de toda movimentação aeroportuária registrada pelo DAESP no estado de São Paulo. No ano de 2010 o aeroporto Leite Lopes registrou 593 mil passageiros contra os 473 mil de 2009 , um incremento de 25,26%. Mais do que idas e vindas de passageiros os dados refletem o dinamismo econômico de nossa região. A esmagadora maioria dessas viagens é feita por executivos de empresas que fecham importantes negócios trazendo trabalho, emprego, impostos, conhecimento e a mais variada gama de outros recursos que beneficiam direta e indiretamente cada morador de nossas cidades. Os números não deixam dúvidas de que as reformas que estão sendo implementadas no aeroporto Leite Lopes já se revelam insuficientes para atender mesmo as demandas de curto prazo.
Entretanto, em que pese sua importância, quando pleiteamos um aeroporto internacional em Ribeirão Preto a referencia, é bom que fique claro, não está restrita apenas ao transporte de passageiros. Estamos reivindicando toda logística de uma aduana para nossa cidade e região. Estamos lutando para que nossa região tenha sua porta de acesso direto ao mercado globalizado que, concordemos ou não, é onde acontecem as relações de troca no mundo moderno. Ter o pé dentro deste mercado fará a diferença entre o sucesso ou fracasso de qualquer parque econômico.
A sociedade ribeirãopretana está consciente de suas necessidades e do que representa para nosso futuro um aeroporto internacional de cargas e passageiros. Muito se tem falado e discutido sobre o assunto até que finalmente, entre os anos de 2005 e 2008, autoridades federais e estaduais vieram a público e declararam que Ribeirão Preto receberia seu aeroporto internacional de cargas. O DAESP, ao que tudo indica, trabalhou freneticamente para que esse aeroporto fosse o Leite Lopes mesmo porque serviria para resolver alguns problemas que, por descuido ou negligencia, se acumularam naquele aeroporto. Estudos foram feitos, audiências públicas realizadas, debates foram travados e todo um arsenal burocrático marchou pelos diversos órgãos públicos. Esperançosa a cidade testemunhou às inúmeras promessas juramentadas do Governador do Estado e de seus prepostos de que Ribeirão Preto, em breve, teria seu aeroporto internacional de cargas. E quando enfim as trombetas soaram, recebemos do Governador, feito aquela elefanta que depois de quatro anos de gravidez entre gemidos e urros pari uma pulga, uma pálida reforma no terminal de passageiros com pequenos ajustes na pista do aeroporto. Enquanto isso as promessas juramentadas jazem sob um silencio tumular.
Entretanto enganam-se os que pensam que a cidade descansa sobre a inércia de gestores incompetentes ou mal intencionados. Ao contrario a cidade toda está consciente da importância estratégica do aeroporto internacional para o desenvolvimento de nossa região. A Comissão Especial de Estudos sobre o Aeroporto instalada na Câmara Municipal em 2010, presidida por mim e composta por mais outros sete vereadores, acompanha, de perto, as tratativas que estão sendo feitas sobre o assunto.
Pretendemos, tão logo o novo governo federal se instale, fazer gestões junto ao INFRAERO e a ANAC para pleitear soluções de curto e longo prazo para as reivindicações justas de nossa cidade e região.

Dr. Jorge Parada
Médico e vereador – PT